quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Síntese:

           

                            
             A coesão como propriedade textual: bases para o ensino de texto
                                                                            
                                                                                               (Antunes, 2009)


O artigo "a coesão como propriedade textual: bases para o ensino de texto" de Irandé Antunes trata do estudo do texto e suas propriedades dando ênfase a coesão, bem como a importância de seu estudo dentro da sala de aula. A autora defende questões da Linguística Textual, e relata que essa deve alcançar a totalidade de seu objeto de investigação e apreender a dimensão global da língua como sistema virtual e de interação sociocomunicativa. Esse sistema se realiza por meio da textualidade o que prioriza o estudo do texto e suas propriedades. A coesão é uma dessas propriedades que dão continuidade semântica necessária à sua coerência linguística, visto que a textualidade é o modo pelo qual os sistemas da língua assomam à condição de atualização. A mesma constitui um conjunto de dispositivos de organização da superfície da linguagem do texto que promove a ordenação dele se ajustando ao sentido almejado. Como afirma Charroles (1978.p.12), citado por Antunes, "não se pode interrogar sobre a coerência de um texto sem ter em conta a ordem de aparecimento dos segmentos que o constituem".

Além disso, a coesão estabelece no texto um curso bidimensional de relações as quais promovem o segmento da microestrutura (segmento) no nível completo da macroestrutura (completo), dando sua relevância comunicativa e estabelecendo o sentido entre as partes que o compõe. A autora se apóia em Adam e Caron para mostrar que a coesão também se define como dispositivo relacionado a progressão do texto por está interligada com a continuidade. Assim essa propriedade dar sentido a unidade textual ancorando os elementos estabelecidos ou sedimentado, no entanto, não preenche a globalidade das exigências requeridas para o caráter da pertinência comunicativa desse. Isso acontece porque a unidade temática do texto resulta de processos de formulação e reformulação, caracterizados por operações que regulam a inclusão de novas propriedades estratégicas de controle que o enunciador exerce sobre o texto quando representa ou altera esses elementos. Dessa forma, a coesão depende mais de princípios do que de regras puramente gramaticais.

Conforme a autora, a primeira função da propriedade da coesão é definir a continuidade superficial do texto que é provida pelos recursos coesivos léxico-gramaticais e que interfere na criação de um novo texto possibilitando ao leitor a reconstrução da unidade pretendida. E a segunda função é a indicação dos fundamentos macroestruturais do texto, com referências aos quais se pode reconhecer a sua unidade temática ou de suas partes. Essas duas funções citadas, se relacionam com a dimensão local dos vários segmentos do texto com sua totalidade. Com base em argumento de Holliday e Hansan (1976) e Beaugrande e Dressler (1981), a autora fala que a relação implicada na coesão do texto é semântica, ou seja, a continuidade da superfície que essa propriedade cria, ocorre pelas relações semânticas que ligam os vários elementos superficiais, além de propiciar a unidade textual sua relevância comunicativa.

Antunes discute o problema que as escolas enfrentam ao se tratar de estudo dos textos, porque quando é direcionado o estudo gramatical, os trabalhos são de análise de frases sintática e morfológica. Isso é, não estudam as funções estabelecidas por cada uma das entidades linguísticas encontradas no texto e suas propriedades. A autora conclui se artigo justificando esse problema: as escolas seguem padrões de ensino inadequados para a aprendizagem correta de seus alunos e estes não saem delas tendo o conhecimento que deveriam. E para que haja maior aproveitamento das atividades educacionais, é necessário da ênfase ao estudo do texto com suas propriedades, especialmente as mais utilizadas: a coerência e a coesão, bem como uma preparação para os educadores para abordagens dessas questões em sala de aula.

ANTUNES, Irandé.  A coesão como propriedade textual: bases para o ensino de texto         CalidoscópioVol. 7, n. 1, p. 62-71, jan/abr 2009 © 2009 by Unisinos - doi: 10.4013/cld.2009.71.06

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."
                                                    
                                    ( Fernando Pessoa)