De acordo com os conteúdos abordados em sala de aula sabemos que a intertextualidade é a relação que um dado textos tem com outros textos anteriormente criados, o que proporciona a seus leitores uma recapitulação de assuntos presentes em sua memória. Esse princípio da textualidade se apresenta de duas maneiras: explícita (constata-se a menção do texto base) e implícita (não faz menção do texto base, mas com um bom conhecimento é possível reconhecer o texto fonte através das marcas textuais que o autor deixa). No caso da intencionalidade se refere às intenções que o autor do texto tem para com seu destinatário.
A música a ser analisada nesses princípios é “Monte Castelo” de Renato Russo. Ela é um diálogo com o texto bíblico “O amor é um dom supremo’’ escrito pelo apóstolo Paulo à Igreja de Coríntios (que fala da sublimidade do amor como sentimento puro, verdadeiro e generoso) e o soneto de Camões “amor é um fogo que arde sem se ver” (que apresenta o amor existente entre homem e mulher). Além disso, analisando a música em seu contexto histórico percebemos que o seu nome também é um fator de intertextualidade, visto que nessa época ocorreram as Guerras Mundiais (I e II) e foi na Segunda Guerra Mundial que aconteceu a batalha de Monte Castelo (Itália), na qual a força expedicionária Brasileira (FEB), conhecida também como “os pracinhas", teve participação obtendo êxito apesar de seus soldados terem, em sua maioria sido dizimados.
Nesse caso, constatamos a presença de outro princípio de textualidade : a intencionalidade. O compositor conseguiu realizar esse diálogo entre o texto e o soneto que falam do amor de maneiras bastante distintas, com o intuito de mostrar que esse sentimento se realiza nas ações do homem e que apesar de manifestar seu lado puro também é repleto de sofrimento e dor. Ou seja, ele fala do amor existente entre as pessoas em geral e que sua ausência provoca conflito entre as nações destruindo vidas e os sonhos daqueles que esperam por dias de paz e justiça.
Essa música apresenta a intertextualidade implícita no 3º e 4º verso (ele molda fragmentos da carta escrita pelo apóstolo Paulo) e explícita nos demais fragmento da música (o compositor faz recortes dos dois texto em questão). Renato coloca trecho na música suas próprias palavras o seguinte trecho: " É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade" e " Estou acordado e todos homens dormem todos dormem. A gora vejo em parte. Mas então veremos face a face". No qual fala dos homens que se envolveram no conflito, tanto dos sobreviventes como dos que morreram.
Essa música apresenta a intertextualidade implícita no 3º e 4º verso (ele molda fragmentos da carta escrita pelo apóstolo Paulo) e explícita nos demais fragmento da música (o compositor faz recortes dos dois texto em questão). Renato coloca trecho na música suas próprias palavras o seguinte trecho: " É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade" e " Estou acordado e todos homens dormem todos dormem. A gora vejo em parte. Mas então veremos face a face". No qual fala dos homens que se envolveram no conflito, tanto dos sobreviventes como dos que morreram.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
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Apóstolo Paulo |
O amor é um dom supremo (Coríntios I, cap. 13; vers.1 a 13)
1- Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2- E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3- E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4- O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5- Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6- Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7- Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta;
8- O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9- Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10- Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
11- Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12- Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
13- Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
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Luís vaz de Camões |
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Parabens pela análise da musica,e tambem pela escolha a música é linda .O trabalho de vocês ficou muito bom em poucas palavras conseguiram explora a bem os recursos de textualidade presente na música.
ResponderExcluirSenti falta de o texto se apresentar organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão. De todo modo, valeu pelo conteúdo. Parabéns!!
ResponderExcluirParábens pela análise, talvez a melhor de todas - pelo menos das que eu já li. Flertar não somente com a letra da musica mas também com conteudos da lingua portuguesa, foi sensacional!!!
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