quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fichamento de resumo:



                                          
                                      Repensando a textualidade*

                                                                 Maria da Graça Costa Val (FALE/UFMG)


O texto “repensando a textualidade de Maria Costa Val se trata de estudos voltados para o campo da textualidade. A autora propõe a elaboração de uma nova concepção de textualidade que considere as contribuições provindas da Pragmática, das teorias da enunciação, Análise do Discurso e da Conversação, bem como da língua falada. Com o intuito de repensar conceito elaborado no princípio da Linguística Textual, na qual essa seria o conjunto de mecanismos que fazem com que o texto não seja apenas um amontoado de frases. Para o referido propósito, a mesma apresenta de maneira breve as tendências importantes nos estudos de textos e discussões de conceitos constitutivos de textualidade, enfatizando as meta-regras.

Val cita Maria-Elizabeth Conte que por sua vez indica as três vertentes que contribuíram para a constituição da Linguística Textual. A primeira é o estudo da seqüência dos enunciados do texto (coesão), já que existem fenômenos que ultrapassam os limites da frase. A segunda apresenta como prioridade a estruturação semântica (coerência). A terceira vertente tipológica é a de promover a existência de teorias que o aspecto pragmático do texto tenha relevância, isto é, uma produção textual que seja  construída a partir de um contexto sob a ação de usuários.

Val ainda mostra divergência entre os teóricos Halliday & Hansan (1976) e Marcuschi, na qual esses primeiros afirmam que não existe texto sem coesão e para o segundo, a coesão não é nem necessária nem suficiente para a textualidade. Posição essa que também assumem Koch & Tranvaglia (1989), Koch (1989, 1997) afirmando que para haver textualidade basta que o texto contenha a coerência. A referida autora realiza discussões sobre os sete princípios de construção da textualidade criados por Beaugrande & Dressler, considerando que os autores não focalizam o texto como produto, mas como processo. São: a coesão e a coerência (centrados no texto), a intencionalidade e a aceitabilidade (relacionados com as atitudes, objetivos e expectativas do receptor), a informatividade (diz respeito ao conhecimento e as expectativas dos usuários), a situacionalidade (se concerne como a maneira que os usuários interpretam o texto relacionando-o com a situação de ocorrência) e a intertextualidade (compreensão e produção do texto a partir de outros textos). Esses princípios funcionam completamente com os três agentes reguladores: a eficiência, a eficácia e a adequação, que têm a função de interrelacionar os mesmos de maneira que um determinado texto seja satisfatório para os usuários dentro de uma determinada situação ou das circunstâncias que é produzido e interpretado.

Costa Val dá ênfase as quatros meta-regras criadas por Charroles devido ele considerar que não é conveniente separar a coerência e a coesão na atividade textual. As mesmas são responsáveis pela articulação dos elementos da constituição semântica e formal do texto condicionando o funcionamento do mesmo à situação de interlocução. A primeira meta-regra é a de repetição (a linearidade do texto se dá por retomadas pronominais), a segunda é a de progressão (o texto precisa manter a unidade temática e se desenvolver apresentando argumentos renovados), a terceira é a de não-contradição (não contradizer as idéias postas anteriormente no texto) e a quarta regra é a de articulação (propõe o encadeamento das idéias dentro do texto). A autora relata que essas regras de coerência são muito importantes para o ensino, pois promovem um leque de possibilidades para os professores trabalharem os textos com seus alunos em sala de aula, basta que se mantenham flexibilidade, no sentido de considerar a diversidade de gêneros e tipos textuais. Isso certamente possibilitará maior facilidade para os estudantes ao produzirem seus textos, visto que não haverá uma maneira específica de elaboração ou de interpretação dos enunciados, o que permite a inserção de recursos inovadores. 

Costa Val conclui seu texto dizendo que os princípios de coesão e coerência são aplicados ao texto à medida que conseguimos entender os enunciados que nele estão inseridos. As maneiras de se interpretar a textualidade são múltiplas, mas se compreendermos sua essência e a colocarmos em prática, não restará dúvida que permitiremos a entrada de caminhos mais promissores para a área de ensino.

COSTA VAL, M da G. Repensando a textualidade. In: AZEREDO, J. C (org.) Língua portuguesa em Debate: conhecimento e ensino. Petrópolis: Vozes, 2000.

2 comentários:

  1. Olá meninas. Li o texto de vocês. Está bom, mas ainda sugiro que vocês revejam a redaçaõ do quarto parágrafo e também esse último, em relação à concordância gramatical: "os enunciados que nele está inserido". ok?

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  2. ok. As alterações foram feitas e esperamos que elas estejam de acordo com o seu propósito.Obrigada!

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